domingo, agosto 26, 2007

Saudade é uma tranqueira.
Agora me dei conta que já devo ter falado de saudade e afins 4345677 vezes aqui. Mas não importa! É isso que tá me incomodando hoje e é sobre isso que vou escrever ( afinal de contas, o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser, alguma liberdade eu tenho que ter, pelo menos aqui nessa bizorra).
Eu descobri que existe uma falta que não dói. Há uma ausência que funciona como refil. Você pode estar em São Paulo e ele em Cuiabá, mas sabiam-se no retorno. Você pode estar no trabalho ele no desntista, mas sabiam-se onde. A falta que você não detém é quando você não sabe mais. E agora?
A saudade consiste em não saber. Não saber se anda dormindo pouco ou dando trabalho prá acordar. Não saber se está comendo direito, fumando muito, se foi ao médico como havia prometido. Se continua lendo gibis repetidos e sem entender finais de livros. Não saber se ainda continua a usar aquela camisa furada na barra e aquele tênis sem lavar.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais comprimidos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

sexta-feira, agosto 24, 2007

Enquete do dia:

Se a comodidade é uma busca constante, porque a gente cansa?
Porquê quando algo é cômodo se torna alvo de críticas?


Mande as respostas para caixa postal 4587-999- Oslo.

quinta-feira, agosto 23, 2007

Por um instante penso em porque catzo a gente insiste em fazer as coisas durante o dia. Não adianta, eu sou imprestável pela manhã e deixo a desejar pela tarde. À noite meu raciocínio acelera, minha disposição é ótima e eu definitivamente não sinto sono. Infelizmente tenho que jogar tudo isso fora devido à obrigação cultural e tradicional de levantar as 6h00 da manhã ( sim, uma obrigação que NUNCA é cumprida, ocorrendo de 5 minutos de atraso à perda total da manhã).
Mas a madrugada por ora é minha inimiga. Inferno!

domingo, agosto 19, 2007

Filosofia ( de fim) de boteco


Ontem tive a noite interrompida por lembranças. Ou melhor, tive a noite interrompida por uma música que já era esquecida. Ao som dos primeiros acordes parei. Estática comecei a ver um filme que passava pela minha cabeça. Sequência, coesão e coerência de cenas, sons e sinestesia equalizados e lineares. Toda uma época que parecia eterna, todas as pessoas que pareciam enraizadas a você, toda a crença de uma estabilidade infinita, voando. Aí eu senti saudades... Mas não foi algo puro como a saudade romântica recomenda, pelo contrário, o sentimento agiu quebrando expectativas, tornando-se egoísta. Queria viver de novo! Voltar alguns anos. Não seria inviável se não fosse impossível.
As lembranças são um demônio de duas faces, como a Hera na mitologia ( ok, isso vai do julgamento de cada um... mas que ela era uma peste, era). Elas podem confortar, mas podem atormentar. Eu sigo firme na minha teoria de que nós devíamos escolher o que guardar na memória, embora o todos devamos viver nosso momento de crime e castigo, seria justo que pelo menos parte do nosso interior, daquele que ninguém mais pode acessar, nós possamos lembrar somente aquilo que desejarmos. É complexo, é. Diverjo e contrario-me cada vez que afirmo tal coisa. Mas pense em se ver livre.... Somente imagine....

segunda-feira, agosto 13, 2007

Volta ao mundo em 525468743468 dias

O bom de remexer coisas velhas é achar antigos planos. Achei hoje o roteiro dos meus sonhos, prá morrer feliz! E fazer TUDO que tenho direito, lógico.


Roteiro:


- Argentina: Andar de cabrito pelos andes; beber muito vinho; comer queijo; lotar a mala de agasalhos de lã; aprender a falar 'maravilhotzo' e dançar um belo tango com um belo latino segurando uma rosa pela boca.
- Peru: Visitar Machu-Pichu ( óbvio!); comer chili e roubar estátuas. Aprender a dança da chuva.
- México: Virar atriz de novela; vestir cobertores; comer muito taco e muita pimenta; dançar a dança dos muchachos e muchachas; usar sombreros; mudar meu nome para Vanessa Piedade, ou algo do tipo. ( Aceito sugestões). Ah, tomar muuuuuuita tequila, claro! E andar por becos escuros.
- E.U.A: Texas. Virar piriguete do velho-oeste; usar drogas naturais; usar armas; vestir roupas cheia de babados e meia arrastão; ter um cavalo.
- Hawaii: Usar roupas de havaianas; aprender a surfar; dormir olhando as estrelas; tomar daquiri; rir do cabelo alheio; encontrar pessoas bonitas; falar 'aloha'; adotar um carangueijo e chamá-lo de totó; por flor no pescoço.
- Londres: Virar punks e gritar pelas ruas " God save the queen", perseguir a PJ Harvey e o Brian Molko; tomar chá; tacar pedras nos guardas da rainha; dormir em porões; ir em shows de bandas rodeadas por grades; ir a pubs; fumar; beber cerveja até vomitar; acordar na cama de alguém famoso.
- Índia: Andar de elefante; fazer ioga e atingir o ápice espiritual; venerar a natureza; usar lenços e colares na cabeça; colar pedrinhas no rosto; deitar em camas de prego; soltar fogo pela bolca; hipnotizar cascavéis e dormir sob uma árvore bem grande.
- Espanha: Dançar com aquelas conchitas; ver o 'Guernica'; fazer siesta.
- França: Aprender a pintar; imitar a cena da torre de 'Nós que aqui estamos, por vós esperamos'; falar 'cherrie'.
- Itália: Dançar descalço na uva, comer muita massa e tomar muito vinho, dormir embaixo de uma videira, andar de trem, navegar em Veneza antes que ela suma, correr entre as plantações de café.
- Nova Zelândia: Ver neve e passar muito frio, ficar em cabanas de madeira, pular de bungee jump.
- Japão: Ver as casas japoneas, templos, geixas, samurais, sushisman, animês e dragões, ir prá balada japonesa usando peruca, aprender Kung-fu.


Por hoje é só. Aceito sugestões!

domingo, agosto 12, 2007

Jesus, um blackout, por obséquio!

Jesus, apaga a luz!
Pelo menos no escuro consigo aproveitar até mesmo os meu equívocos.

sexta-feira, agosto 03, 2007

"...e quando você falha na poesia você erra a vida"

Eu parei prá escrever uma poesia. Não sabia como...
Me entreguei as palavras desconhecidas. Fui tentando conhecer o mundo dos significados, adentrando, descobrindo.
Por muitas vezes tentei fazer um reflexo de mim, uma espécie rascunho adequado, moldado à minha figura. Não consegui. Me vi diferente... não entraria num papel. Então eu fiz o papel entrar em mim, modificando toda a parte que poderia, formando um novo eu. Tinha medo do papel voar antes de eu colocar uma letra lá...
Aí eu comecei a escrever. E por muitas e muitas vezes eu errei e chorei borrando as letras. Apaguei tudo e reescrevi cuidadosamente. Tive raiva em não saber o que por lá e rasguei o papel, e lógico que me arrependi depois tentando colar cada pedacinho. E foram tantos recortes e tantos remendos. A maioria deles nem se notava mas alguns ficaram bem marcados.
E fui escrevendo, até desgastar o papel. Até descobrir que não sabia escrever... Percebi o poder das palavras e fiquei com medo. Tanto medo que parei: não conseguia imprimir uma vírgula se quer... Tudo que saiu de mim foi o ponto final.

Falhei na poesia.