domingo, maio 30, 2010

Em 23/01/08

Um passo atrás do outro e um tropeço. Dois passos e uma queda.

Quem se importa?

Cada um na sua. O momento é nosso, mas cada um é na sua. E fingir naturalidade diante disso é tarefa árdua, onde a face mostra um sentimento que é oposto ao que o estômago expõe.

Salvei isso como rascunho em 2008 e era exatamente o que eu queria dizer hoje. Incrível como tudo tende à repetição.

quarta-feira, maio 26, 2010

To deprê mesmo.

Final de tarde de uma quarta-feira ociosa. Eu me senti tão ou mais confusa depois que saí da psicanálise. Eu sei que isso tem se tornado frequente demais, e isso é um pouco (muito) chato. Mas fazer o quê se é assim que eu me sinto mesmo. É uma tristeza-garoa, fininha, cortante, duradoura, esperando que um relâmpago surpreenda. Aí eu penso no futuro. Ou melhor, no amanhã e no depois. O que vai acontecer? Trampo, coração, estudos... Aí eu pensei "sossega, o que vai acontecer acontecerá. Relaxa, baby e flui. Deixa assim ao deus dará, piegas, clichê e conformada".
Resolvi andar.

segunda-feira, maio 24, 2010

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
desejasse.

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há um tempo.
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento. [H.H]




sexta-feira, maio 21, 2010

Eu me sinto tão cansada às vezes e parece que esse cansaço mental grita com toda a força que está tudo errado, que não é esse o lugar, que não é essa vida, que não é esse o tempo.
A simplicidade de uma flor me falta. Me falta e me irrita. Tantas coisas estão ocupadas em sê-las elas mesmas, como uma flor, que não sobra tempo prá nenhuma outra dúvida. Além disso, a flor não me comove. E eu desejei essa libertação! E eu me sinto tão cansada a ponto da minha vontade ser que não me doa o existir dos outros, que não me doa isso hoje, que eu não me comova com os olhos, nem com os gestos alheios, que eu não queira ver ninguém salvo entre mortos e feridos.

segunda-feira, maio 17, 2010

Go Back

Você me chama
Eu quero ir pr'o cinema
Você reclama
Meu coração não contenta
Você me ama
Mas de repente
A madrugada mudou
E certamente
Aquele trem já passou
Se passou, passou
Daqui prá melhor
Foi!...

Só quero saber
Do que pode dá certo
Não tenho tempo a perder
Só quero saber
Do que pode dá certo
Não tenho tempo a perder...

Você me chama
Eu quero ir pr'o cinema
Você reclama
Meu coração não contenta
Você me ama
Mas de repente
A madrugada mudou
E certamente
Aquele trem já passou
Se passou, passou
Daqui prá melhor
Foi!...

Só quero saber
Do que pode dá certo
Não tenho tempo a perder
Só quero saber
Do que pode dá certo
Não tenho tempo a perder...

-"Não é o meu país
É uma sombra que pende
Concreta
Do meu nariz em linha reta
Não é minha cidade
É um sistema que invento
Me transforma
E que acrescento
À minha idade
Nem é o nosso amor
É a memória que suja
A história que enferruja
O que passou
Não é você
Nem sou mais eu
Adeus meu bem
Adeus! Adeus!
Você mudou, mudei também
Adeus amor! Adeus!
E vem!"


Já postei essa. Mas depois de ver o Titãs na Virada Cultural achei que ela merecia outro post.

quinta-feira, maio 13, 2010

"Possuo muitos defeitos, mas não de compreensão, assim o espero. Quanto a meu gênio, não garanto que seja muito bom, creio que é um pouco ríspido demais. Sim, certamente ríspido demais para as conveniências do mundo. Não consigo esquecer as loucuras e vícios dos outros tão rapidamente quanto deveria. Nem as ofensas que me fazem. Meus sentimentos não inflamam a qualquer coisa ou sentido. Meu temperamento pode ser considerado como rancoroso. Um vez perdida a boa opinião que tenho de uma pessoa, está perdida para sempre" - [Austen, Jane.
Orgulho e Preconceito]


Pode parecer radical, e não estarás errado se for da tua opinião. Acontece que não importa, um pouquinho disso sou eu agora.

quinta-feira, maio 06, 2010

E são em poucas conversas no telefone que eu consigo finalmente pensar com um pensamento frio, sem lágrimas e emoções prá atrapalhar ou estragar tudo. O que eu quis... o que eu quis foi ser tua paz, quis que você fosse meu encontro. Eu quis dar, quis receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações aceitar o que me era dado. Sem ir além, entende? Não queria pedir mais do que você tinha, nem dar mais do que eu dispunha. Mas o que eu tinha, era seu.
Só que meu ideal quebrou. E aí eu pergunto: teria sido diferente? Quando já se viu o fim, o mais sensato é interromper o processo no meio, saber desistir. Prá que continuar? É melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, uma roupa esquecida, uma fotografia, alguma coisa que mesmo depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber porquê. Melhor do que não sobrar nada, um nada amargo.

domingo, maio 02, 2010

Diálogo

- Ai ai
- Tá em crise?
- Tô, total.
- O que acontece?
- Eu devaneio MUITO quando tô sozinha. E quando não tô, geralmente tô fazendo alguma bosta.