terça-feira, junho 26, 2007

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Sempre com dificuldades em encarar mudanças. Vai ser melhor, eu sei. Eu que decidi, ué. Indiscutível que vai ser melhor! Além de ser o que eu realmente quero prá mim.

Mas nada muda o fato de eu ser uma chorona com medo, com saudades antecipadas, com a falta. Difícil largar. Triste deixar tudo que eu construí ali, embora sejam firmes laços e eternos.


Fui sem olhar prá trás. Novos caminhos me esperam.


Sigo ainda com Drummond:


Ausência


Por muito tempo achei que ausência é falta
E lastimava, ignorante, a falta..
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
Ausência é um estar em mim.
E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços
Que rio e danço e invento exclamações alegres.
Porque a ausência, esta ausência assimilada,
Ninguém a rouba mais de mim.


(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, junho 17, 2007

I don't care, I have no luck

Cansei de me culpar pelas coisas que dão errado. Os fatores são vários, me incluem, mas não me tornam exclusiva. Faço cagadas, sim. Posso me esforçar para que elas não aconteçam. Mas isso não me livra da possibilidade do Murphy continuar do meu lado e nem em garante que tudo será como nos contos de Grimm. Enfim, ninguém vai esperar que eu resolva as minhas pendências com a vida...
Como diz um grande letrado: " Cansei de esperar as coisas da vida, agora a vida que me espere."

domingo, junho 10, 2007



" Saber desistir. Abandonar ou não abandonar- esta é muitas vezes a questão para um jogador. A arte de abandonar não é ensinada a ninguém. E está longe de ser rar a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando. "

( Clarice Lispector- Um sopro de vida)

Essa coisa de desitir é complicado. Principalmente quando se é jogador de muitas partidas. Afinal, devemos desistir do quê?

As coisas ficam mais difíceis quando misturamos tudo numa coisa só. Não existe mais equilíbrio emocional. Tudo está na beira do abismo.Em se tratando de desistir, quase não há flexibilidade: ou desiste de uma vez, ou não desiste nunca.

A gente arrisca. Quebra a cara. Arrisca de novo. Por vezes acertamos, na maioria delas não. Faz parte do jogo, faz parte da vida. O pior disso tudo é lidar com o arrependimento. Tem gente que sabe, tem gente que não sabe fica se martirizando. Tudo é uma questão de ligar o foda-se e pensar no lado menos pior, caso não haja um bom ( o que eu acho praticamente impossível). No fim das contas, tudo é válido.

Devemos só tentar não nos perdermos de vista, porque somos vários caminhos num só. Inclusive o fatal beco sem saída.