terça-feira, abril 14, 2009

sonetos - VI

Em mim também, que descuidado vistes,
Encantado e aumentando o próprio encanto,
Tereis notado que outras cousas canto
Muito diversas das que outrora ouvistes.

Mas amastes, sem dúvida ...Portanto,

Meditai nas tristezas que sentistes:
Que eu, por mim, não conheço cousas tristes,
Que mais aflijam, que torturem tanto.
Quem ama inventa as penas em que vive;
E, em lugar de acalmar as penas, antes
Busca novo pesar com que as avive.

Pois sabei que é por isso que assim ando:
Que é dos loucos e somente dos amantes
Na maior alegria andar chorando.

Olavo Bilac

Achei sem querer algo que conseguisse dizer muito mais que as minhas palavras.

past perfect

É surpreendente ver o passado bem na sua cara. É assustador ver a imagem, de algo que passou ou que ainda passa, te medindo e decifrando. E ver você medindo e decifrando tanto quanto ela.
São assustadoras as ações e suas respostas.
É um nó que ninguém arranca da garganta. É a lágrima que não escorre. É a palavra que não sai.
É uma mentira sussurrada, uma presença que incomoda.
É a foto de um corpo curvado diante de um violão e os olhos fechados para cegar algo que já não existe mais.

Em mim... as mãos atadas.

quarta-feira, abril 01, 2009

detalhes:

"É preciso entrar em relacionamentos com igualdade entre ambos os lado, tanto um quanto outro prontos para dar - não com uma pessoa querendo uma trepada rápida e a outra desejando amor de verdade. Eu acho que é daí que vem toda a agonia, que existe um desequilíbrio, pois as pessoas não tem certeza suficiente de si mesmas ou do que querem da vida ou de qualquer coisa."
Ensaios de amor- Alain de Botton.

O suficiente é para quem não ama. No amor só existem infinitos.