domingo, agosto 19, 2007

Filosofia ( de fim) de boteco


Ontem tive a noite interrompida por lembranças. Ou melhor, tive a noite interrompida por uma música que já era esquecida. Ao som dos primeiros acordes parei. Estática comecei a ver um filme que passava pela minha cabeça. Sequência, coesão e coerência de cenas, sons e sinestesia equalizados e lineares. Toda uma época que parecia eterna, todas as pessoas que pareciam enraizadas a você, toda a crença de uma estabilidade infinita, voando. Aí eu senti saudades... Mas não foi algo puro como a saudade romântica recomenda, pelo contrário, o sentimento agiu quebrando expectativas, tornando-se egoísta. Queria viver de novo! Voltar alguns anos. Não seria inviável se não fosse impossível.
As lembranças são um demônio de duas faces, como a Hera na mitologia ( ok, isso vai do julgamento de cada um... mas que ela era uma peste, era). Elas podem confortar, mas podem atormentar. Eu sigo firme na minha teoria de que nós devíamos escolher o que guardar na memória, embora o todos devamos viver nosso momento de crime e castigo, seria justo que pelo menos parte do nosso interior, daquele que ninguém mais pode acessar, nós possamos lembrar somente aquilo que desejarmos. É complexo, é. Diverjo e contrario-me cada vez que afirmo tal coisa. Mas pense em se ver livre.... Somente imagine....

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