domingo, agosto 26, 2007

Saudade é uma tranqueira.
Agora me dei conta que já devo ter falado de saudade e afins 4345677 vezes aqui. Mas não importa! É isso que tá me incomodando hoje e é sobre isso que vou escrever ( afinal de contas, o blog é meu e eu escrevo o que eu quiser, alguma liberdade eu tenho que ter, pelo menos aqui nessa bizorra).
Eu descobri que existe uma falta que não dói. Há uma ausência que funciona como refil. Você pode estar em São Paulo e ele em Cuiabá, mas sabiam-se no retorno. Você pode estar no trabalho ele no desntista, mas sabiam-se onde. A falta que você não detém é quando você não sabe mais. E agora?
A saudade consiste em não saber. Não saber se anda dormindo pouco ou dando trabalho prá acordar. Não saber se está comendo direito, fumando muito, se foi ao médico como havia prometido. Se continua lendo gibis repetidos e sem entender finais de livros. Não saber se ainda continua a usar aquela camisa furada na barra e aquele tênis sem lavar.
Saudade é não saber mesmo! Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais comprimidos; não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento; não saber como frear as lágrimas diante de uma música; não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber se ele está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não saber se ele está feliz, e ao mesmo tempo perguntar a todos os amigos por isso... É não querer saber se ele está mais magro. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim doer. Saudade é isso que senti enquanto estive escrevendo e o que você, provavelmente, está sentindo agora depois que acabou de ler...

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