quarta-feira, janeiro 23, 2008

"e então aconteceu:do fundo de meu coração,eu queria aquela rosa pra mim.eu queria,ah como eu queria.e não havia jeito de obtê-la.[...]no meio do meu silêncio e do silêncio da rosa,havia o meu desejo de possuí-la como coisa só minha.eu queria poder pegar nela.queria cheira-la até sentir a vista escura de tanto perfume..." [clarice lispector]


Era isso que eu queria escrever, mas ainda não sei.
Leio tanto e na minha leitura me pergunto se um dia saberei escrever. Mas não palavras soltas, quero escrever sentimentos, tão sutis quanto cetins. Ser ambígua e metafórica e mesmo assim totalmente clara. Expor qualquer caos mental sem atribuí-los diretamente a mim.
Eu pensei tanto antes de escrever, e rascunhei, rascunhei e apaguei. Escrevi de novo, apaguei e desisti. Por fim, achei minhas palavras nas letras de Lispector. Elas sempre são de alguém.

Um comentário:

Priscila Ferreira disse...

É assim mesmo...sempre cito no meu blog uma música do Milton Nascimento que fala "existem músicas que eu não sei como não fui eu que fiz"...rs, sensação de terem sentido exatamente a mesma coisa que você só que antes de você...rs, e tem gente que consegu passar para o papel e do papel para nossa mente, direto e sem escalas...é a vida...rs

Bj
Saudade