quinta-feira, março 20, 2008

Abri a porta de ferro vagarosamente com algum receio de ser repreendida, logo vi uma senhora acenando para que eu entrasse e procurasse uma cadeira. Era uma sala cheia, tinha uns 40 deles. Procurei um lugar que estivesse vazio bem ao fundo para não ser notada ou atrapalhar. O assento, bem velho, quase se desfazendo me acomodou enquanto eu assistia ao espetáculo.
O cenário mudava, mas as cenas eram sempre as mesmas: 42 pessoas berrando durante 50 minutos. A porta de ferro batia e ninguém mais entrava ou saia sem permissão. Fechadura só pelo lado de dentro. Em cada pavimento havia uma grade com um grande cadeado que permanecia fechado, com a exceção de 20 minutos os quais todos desciam para o andar de baixo. Em qualquer hora a gritaria não parava, muito alvoroço, ansiedade, energia de sobra ou algum distúrbio de hiperatividade fazia com que não se calassem um segundo sequer.
A senhora pedia para que abrissem um jornal cheio de poemas e modelos de cartas com infinitas perguntas que ninguém sabia como responder. O discurso não mudou com a troca de sala. A defasagem foi a mesma com o mesmo conteúdo.
Precariedade e repressão...

Eu estava numa escola.

3 comentários:

Pequena disse...

Te disse....Bem vinda ao inferno!!!

Priscila Ferreira disse...

Ai!!!
Tenho medo de tudo isso, mas vâmo aí...missão!

Bjo

Unknown disse...

Bem vinda ao inferno é ótimo!....

relaxa!!!!